Chegou a hora de saber como fazer o aterramento residencial. Sendo assim, decidimos fazer o nosso sistema próximo ao padrão de entrada, mas ele também poderia ser feito em qualquer outro ponto mais próximo ao quadro de distribuição de circuitos.
O sistema que iremos adotar nessa residência é o DNS, com o terne e o neutro separados no sistema TNS. Apesar dos cabos de neutro e terra estarem interligados dentro do quadro de medição, eles seguirão até o quadro de distribuição em condutores separados.
Mas quantas hastes eu preciso para um bom aterramento?
Olha, não existe uma quantidade mínima de hastes exigida por norma, e também não existe o tal mito de que a resistência à terra deve sempre ficar abaixo dos 10 ohms. Anotem isso de uma vez por todas!
E que potencialização é mais importante do que apenas o aterramento. Aí você deve estar se perguntando: Mas o que é potencialização?
De uma forma simplificada, potencializar nada mais é do que interligar todos os elementos metálicos possíveis e pontas aterradas de uma instalação. Há um barramento chamado BP, que significa barramento de equipotencialização principal.
Enfim, se eu ficar apenas com uma haste, mas interligar essa haste com o neutro em algum ponto da instalação (no nosso caso, no próprio padrão, pois é uma exigência da concessionária), eu estou aqui potencializando.
Então, o fato de eu ficar com uma haste ligada ao neutro está potencializado. Porém, eu considero uma boa prática ter no mínimo duas ou até três hastes, pois a resistividade do solo no Brasil varia muito.
E apesar de não existir um estudo detalhado sobre isso para residências, nós mantemos essas boas recomendações de fincar pelo menos duas ou três hastes.
Passo a passo de como fazer o aterramento residencial
Voltando para nossa obra 3D, o primeiro passo de como fazer o aterramento é, exatamente, fazer as covas onde serão cravadas as hastes e cavar a vala por onde será passado o cabo que vai interligá-las.
É um cabo de cobre nu para esse aterramento. A gente optou por instalar três hastes de alta camada em cobre, cada uma com 2,4 metros de comprimento.
A distância entre as caixas de passagem e as hastes deve ter o mesmo comprimento da haste, ou seja, tem que deixar no mínimo 2,4 metros uma da outra, que é o comprimento dela.
Agora, chegou a hora de fincar as hastes no solo. No mundo real, para facilitar essa tarefa, é importante deixar o solo úmido, molhar mesmo. Inclusive, é importante para medir, a norma manda molhar.
Para fixar as hastes, pode fazer uma ponteira para estar utilizando no martelete, como vocês estão vendo aqui, ou então pode tentar fincar na mão, se o solo for um pouquinho mais mole, dá para fincar a haste na mão.
Ou se você não tiver martelete ou não quiser fazer na mão, você pode usar o braço da marreta, não tem problema algum. Muita gente fala que não pode, mas nunca tive um problema com isso.
Nossa primeira haste será cravada nessa caixa de passagem, por onde estão passando inclusive os cabos que saem do quadro de medição do padrão direto para o nosso quadro de distribuição. E depois, cravamos as outras duas hastes da mesma maneira, distantes 2,4 metros uma da outra.
Dica importante:
É importante lembrar que podemos aproveitar as caixas de inspeção elétrica para colocar as hastes, se for necessário. Então, não tem necessidade de ser diferente. Você pode passar a parte elétrica dentro das caixas, se precisar.
Vamos seguir com o passo a passo…
Agora que as hastes foram cravadas, é hora de conectar o cabo de cobre nu nelas, de acordo com a tabela 51 da NBR 5410. A medida desse cabo que vai interligar as hastes deve ser no mínimo 50 milímetros quadrados.
Para fazer essa conexão, não é necessário seccionar o cabo, basta deixá-lo passando, o que é melhor. Você pode usar esses conectores do tipo grampo aqui, que resolvem. Com eles, é possível unir a haste com o cabo sem a necessidade de cortar o cabo. De preferência, não corte o cabo, tá?
Esse conector do tipo grampo funciona da seguinte maneira: de um lado, tem um parafuso que fica em contato direto com a haste. Ele será responsável por permitir que a união fique totalmente presa.
Do outro lado, onde tem essa abertura maior e também essa voltinha, é justamente para abraçar o cabo da forma correta e prendê-lo com bastante pressão ali na haste para ter uma boa área de contato.
Com essa conexão, você tem garantia de uma boa conexão elétrica. Sendo assim, basta passar o cabo pelo conector e, em seguida, prender tudo na haste mesmo. Simples, não é?
Agora, repetimos o processo na haste central e na haste mais próxima do padrão, da mesma forma.
Cabe lembrar também que existem outros tipos de conectores. Este outro modelo que estou mostrando aqui é o que passamos a instalar mais recentemente. Ele tem mais pontos de aperto e contato, e por esse motivo, considero mais eficiente e mais fácil de instalar.
E quando o sistema de aterramento residencial está pronto?
Antes de qualquer coisa, o condutor de cobre nu deve ficar enterrado diretamente no solo, por isso é conhecido como eletrodo de aterramento horizontal. Desse modo, o eletrodo vertical é a própria haste.
Dito isto, após as três hastes terem sido fincadas e os cabos de cobre de 50 mm² terem sido fixados nelas, temos o sistema de aterramento pronto. É só jogar terra por cima.
Mas você pensa que acabou, ainda falta um detalhe pequeno: ligar o cabo de terra que vai levar lá para o quadro de distribuição.
Afinal, a gente vai levar ele separado. Lembra que nós queremos dimensioná-lo como proteção de 63 amperes, e os cabos de alimentação têm uma aula para trás.
O que a norma determina sobre como fazer o aterramento residencial?
Segundo a tabela 58 da Norma, o cabo de terra deverá ter a mesma seção dos cabos de fase quando estes forem menores ou iguais a 16 mm. Sendo assim, se o cabo de fase é de 16 mm², o cabo de aterramento também deve ser de 16 mm².
Já o condutor verde que liga a haste até o quadro de distribuição pode ser de 16 mm², como acabei de mostrar para vocês.
Mas, não daria para economizar uns bons metros de cabo de terra do padrão até o quadro de distribuição, fazendo um aterramento TN-C, aquele em que usamos o neutro e o Terra juntos?
Em parte sim…
No entanto, é importante dizer, que mesmo a NBR 5410 autorizando o uso da ferramenta TN-C, onde o neutro e o Terra seguem juntos, que é um condutor único que a gente chama de proteção e neutro, quando ele chega no quadro de distribuição, eles se separam dentro da edificação.
Dica da Engehall: Cursos de NR’S
O aterramento do neutro no padrão é considerado e ele tem o objetivo de garantir que o condutor neutro esteja com potencial elétrico mais próximo possível de zero. Isso faz a tensão fase-neutro fornecida ser mais próxima do valor contratado.
Já o aterramento NS que a gente fez aqui não é funcional, ele é para segurança. Ou seja, ele tem como objetivo principal oferecer um caminho mais seguro para as correntes de fuga, que no caso são as hastes fincadas na terra.
Na prática, se ambos estão aterrados, tanto o funcional quanto o de proteção, tudo vai proteger. Afinal, a gente está interligando o cabo do aterramento funcional com o cabo de aterramento de segurança.
Inclusive, isso é uma orientação própria da Norma, na letra e no item 6.4.2.11 da NBR 5410.
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Conclusão
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