Como dimensionar Disjuntor Geral garantindo a segurança?

disjuntor geral

No conteúdo exclusivo de hoje vou te ensinar como dimensionar o disjuntor geral e a proteção elétrica em instalações residenciais. Sendo assim, vamos aproveitar essa oportunidade para discutir sobre demanda e queda de tensão. 

Por isso, fique atento, pois vamos esclarecer tudo sobre esse assunto por aqui. Você está preparado para se tornar um eletricista profissional diferenciado? 

Mas antes de te mostrar todos os passos de como dimensionar um disjuntor geral corretamente, é importante lembrar o quanto a norma NR10 é fundamental na rotina de trabalho do Eletricista Profissional

Inclusive, ela pode ser o seu grande diferencial no mercado e garantir que os seus clientes confiem na aplicação do seu trabalho. Por isso, não perca tempo e invista nesta certificação! 

Então, vamos ao que interessa? 

Qual o primeiro passo para Dimensionar Disjuntor Geral? 

O primeiro passo para dimensionar o disjuntor geral e a proteção geral de um quadro elétrico é realizar o levantamento da potência total instalada de todos os dispositivos da instalação. 

Vamos utilizar um exemplo de uma residência para facilitar o entendimento. Sendo assim, nesta residência, após o dimensionamento, teremos sete circuitos:

  • Iluminação com 1.080 VA;
  • Tomadas comuns (5) – Cada uma com 1.270 VA;
  • Tomadas da cozinha (4) – Cada uma com 2.000 VA;
  • Micro-ondas – 1.556 VA;
  • Chuveiro – 5.500 VA;
  • Tomadas da área de serviço (7) – Cada uma com 1.270 VA

Somando todas essas potências, temos uma potência total instalada de 13.890 VA.

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Como fazer o Cálculo total  da Corrente?

Para calcular a corrente de um circuito, usamos a seguinte equação: Corrente (A) = Potência (W) / Tensão (V). Assim, a corrente total deste quadro será:

Corrente Total = 13.890 VA / 220 V = 63,3 A

De acordo com a Tabela 36 de referência de cabos, teremos uma proteção geral de aproximadamente 70 Amperes e cabos alimentadores de 16 milímetros quadrados, considerando cabos com isolamento de PVC e o Método de Instalação B1.

Como encontrar o Fator de Demanda? 

Aqui não paramos, pois ao dimensionar um disjuntor geral, precisamos aplicar o fator de demanda. Mas antes, vamos entender o que é o fator de demanda.

O fator de demanda é um número sempre menor que um, adotado pela concessionária de energia para alguns tipos de cargas. Ele auxilia no dimensionamento das instalações elétricas, tornando-o mais realista. Em instalações residenciais, é improvável que todos os dispositivos estejam em uso simultaneamente. Portanto, o fator de demanda ajusta a carga à realidade da instalação.

Desse modo, cada concessionária de energia possui um valor de fator de demanda para diferentes tipos de cargas. 

No nosso exemplo, usaremos a tabela 11 da Cemig. Para iluminação e tomadas, a Cemig utiliza um fator de demanda específico, que aplicamos da seguinte maneira:

Potência demandada para iluminação e tomadas: 6.890 VA Fator de demanda para iluminação e tomadas (tabela 11 da Cemig): 0,60 Potência demandada final para iluminação e tomadas: 6.890 VA x 0,60 = 4.134 VA

Agora, para os demais circuitos (micro-ondas e chuveiro), usaremos a tabela 14 para determinar o fator de demanda:

Potência total desses equipamentos: 7.000 VA Fator de demanda para equipamentos de aquecimento (tabela 14): 0,92 Potência demandada final para micro-ondas e chuveiro: 7.000 VA x 0,92 = 6.440 VA

A potência demandada total é a soma das demandas individuais, ou seja, 4.134 VA + 6.440 VA = 10.574 VA.

Como calcular o dimensionamento final e queda de tensão? 

Agora, dividimos a potência demandada total pela tensão de alimentação:

10.574 VA / 220 V = 48 A

Com isso, nossa proteção geral será de 50 Amperes, e os cabos alimentadores serão de 10mm quadrados. Novamente, levamos em consideração cabos com isolamento de PVC e o Método de Instalação B1.

Queda de Tensão

Por fim, suponhamos que o padrão de entrada esteja um pouco distante do quadro de distribuição, causando uma queda de tensão. Vamos calcular a queda de tensão nos cabos de alimentação.

A fórmula para calcular a queda de tensão é: S = I x L x √3 / (58 x ΔV)

Considerando:

  • Corrente (I) = 48 A
  • Distância (L) = 100 metros
  • Constante do cobre (58)
  • Queda de tensão aceitável (ΔV) = 11 V

Após os cálculos, obtemos uma seção nominal do cabo de 3 milímetros quadrados.

Portanto, com uma distância maior, seria necessário aumentar a seção do cabo de 10 milímetros quadrados para 16 milímetros quadrados para atender aos critérios de queda de tensão.

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Conclusão 

Chegamos ao final de mais um conteúdo exclusivo aqui da Engehall. Agora, dimensionar disjuntor geral e a proteção elétrica em instalações residenciais ficou mais fácil, né? 

Mas se ainda ficou alguma dúvida ou se você precisa se especializar um pouco mais para se tornar um Eletricista profissional reconhecido, além de garantir uma renda mensal mais junta, não perca tempo e se inscreva em nosso curso. 

 

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Um grande abraço e até o próximo conteúdo,

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André Mafra

Engenheiro Eletricista, sócio da Engehall Elétrica e Apresentador do Canal Engehall Elétrica, o maior canal que ensina elétrica na América Latina.