Uma situação clássica: usar disjuntor monopolar no lugar de um disjuntor bipolar. Pode ou não?
Pensando nessa dúvida clássica, preparamos algumas explicações teóricas e técnicas, além de um teste prático para te mostrar tudo sobre trocar um disjuntor bipolar por dois monopolares.
E aí, o que você acha disso? Pode ou não pode usar esses dois monopolares ao invés de um bipolar? Leia o conteúdo abaixo e descubra, mas se você preferir pode nos acompanhar pelo canal do youtube também.
Lá além desse, preparamos inúmeros vídeos com informações e dicas preciosas para o universo do Eletricista. Vamos ao conteúdo de hoje?
Disjuntor monopolar e disjuntor bipolar
Provavelmente você já deve ter se deparado alguma vez com quadro de distribuição onde usar 12 disjuntores monopolares para seccionar duas fases distintas, certo?
Na verdade, isso aí é coisa de quinta geração… brincadeiras à parte. No entanto, a dúvida é: será que é ou não é permitido usar dois disjuntores do mundo para seccionar um circuito bifásico?
Para isso, vamos recorrer a nossa boa e velha amiga: a Bíblia dos eletricistas – NBR 5410. Nela vamos verificar se tem algum item que aborda esse assunto.
Caso tenha algum item, e aqui é o 6.3.7.2.1, o dispositivo de seccionamento deve seccionar efetivamente todos os condutores vivos de alimentação do circuito respectivo, ou seja, os condutores energizados de 50, eles precisam ser seccionados em algum ponto da instalação.
Para você ficar por dentro de todas as normas regulamentadoras necessárias na jornada de um Eletricista profissional de sucesso, conheça os cursos de NR’S da Engehall.
Mas afinal de contas…
Posso ou não usar o disjuntor monopolar para seccionar um circuito bifásico?
Bom, aí tem mais coisa para gente analisar. A norma cita que os contatos móveis de todos os polos de dispositivos multipolares devem estar acoplados mecanicamente de forma que eles se abram ou se fechem praticamente juntos.
Mas, neste caso temos um pequeno detalhe, a alavanca dos disjuntores precisam estar acopladas mecanicamente. Ou seja, não tem nada até aqui falando que deve ser um seccionamento elétrico mas sem mecânico.
Dito isto, eu imagino que você ainda está bem confuso, não é mesmo? Por isso, agora vamos tentar te explicar o que outro item da norma determina. O item 9.5.4 diz o seguinte:
“Isso significa que o dispositivo de proteção deve ser multipolar, quando o circuito for constituído de mais de uma fase. Dispositivos unipolares montados lado a lado, apenas com suas alavancas de manobra acopladas, não são considerados dispositivos multipolares”
Em outras palavras, a norma estabelece que não é permitido usar disjuntor monopolar lado a lado, mesmo com as alavancas acopladas, não é permitido.
E você já estava achando que dava para economizar, né? Isso porque os disjuntores monopolares saem muito mais em conta que o bipolar.
No entanto, a dúvida que fica é…
Porque não é permitido fazer essa troca?
Bom, temos uma explicação técnica e vamos te explicar na prática.
Porque no caso de uma manobra ou até mesmo de uma atuação, o usuário operador pode imaginar que você foi estar 100% dele, exata?
Porém, uma das fases poderá se manter funcionando mesmo com as alavancas unidas e até mesmo abaixar.
Ou seja, em caso de um curto-circuito ou de uma sobrecarga, um dos disjuntores pode atuar Desse modo, essa fase ao atuar internamente, a alavanca não baixar ou abaixar, e o outro permanece energizado, ou o processo inverso também.
Então, tem um risco gigantesco nisso? Vamos provar para você na prática…
Aqui, nós temos dois disjuntores monofásicos de mesma marca e mesma corrente, fixados em um trilho e unidos pelas suas respectivas alavancas de manobra.
Para comprovar que os disjuntores estão funcionando perfeitamente, vamos a continuidade neles usando o nosso alicate amperímetro, mas pode ser utilizado o multímetro também.
Dessa forma, é necessário ter critério, ambos precisam estar funcionando, dando continuidade quando acionado e não dando continuidade quando desligado, desarmado.
Agora, vamos simular uma sobrecarga em apenas um dos disjuntores, só que lembre que as alavancas estão unidas, tá? Elas são acopladas.
Se você observar, um multímetro da IDC, verá que ocorreu desarme, já que a corrente chegou a zero. Agora, o teste que todos estão esperando: Será que os dois disjuntores desarmaram?
Mais uma vez, vamos usar o nosso alicate amperímetro. Um pouco e sofreu uma sobrecarga, ele não está dando continuidade como a gente pode ver no visor. Além disso, o outro disjuntor que estava acoplado com ele está dando continuidade.
Mas as alavancas unidas, é para que mesmo?
Eles não se desarmam ao mesmo tempo. Então, não invente moda! Observe o que acontece quando a alavanca desce. Ela solta a mola, entendeu? Não tem força o suficiente para puxar a outra alavanca.
Então, o conselho é: a segurança de uma família vale muito mais que isso. Se algum profissional sugerir ou fazer isso, não o contrate. Pois certamente esse profissional, de profissional não tem nada.
E para você que atua na área da elétrica, nunca tente convencer o seu cliente com o argumento de que realizar esse trabalho da forma incorreta vale mais a pena só porque é mais em conta.
Conclusão
Agora, a pergunta que não quer calar: Você sabia dessas regras? Se já, que ótimo, isso quer dizer que você está preocupado em atuar na área da elétrica com segurança e responsabilidade.
Já para os profissionais que estão começando ou que ainda não sabiam dessas regras, a Engehall pode te ajudar. Para você continuar aprendendo e caminhando para se tornar o melhor Eletricista profissional da sua região não perca a oportunidade abaixo.
Além disso, no nosso canal do youtube também tem inúmeras dicas e informações para te ajudar. Um abraço e até o próximo conteúdo!